IRS - como poupar com a subscrição de um PPR
Até 31 de dezembro ainda vai a tempo de "organizar" o IRS de 2026 – e o PPR pode ser uma das formas mais simples de o fazer.
Se fizer entregas num Plano Poupança Reforma (PPR) até ao fim do ano, essas aplicações podem dar direito a dedução no IRS, ou seja, podem aumentar o seu reembolso ou reduzir o imposto a pagar na declaração que vai entregar em 2026, relativa aos rendimentos de 2025.
Porque é que 31 de dezembro é tão importante?
O IRS funciona por anos civis: tudo o que faz entre 1 de janeiro e 31 de dezembro entra nas contas do imposto desse ano.
No caso do PPR, contam as entregas feitas durante o ano. Se reforçar o seu PPR até 31 de dezembro, essas entregas ainda entram para o IRS que vai entregar em 2026.
Como funciona o benefício fiscal do PPR?
Quando faz entregas no seu PPR, pode ter um benefício chamado "dedução à coleta".
Traduzindo para linguagem simples:
Uma parte do dinheiro que investe no PPR é abatida ao imposto que tem a pagar (ou aumenta o valor a receber de reembolso).
As regras gerais são:
-
Pode deduzir 20% das entregas anuais feitas no PPR;
-
Há limites máximos de dedução, que dependem da sua idade;
-
A idade a considerar é a que tem a 1 de janeiro do ano em que faz a entrega;
-
Estes benefícios não se aplicam a quem já passou à reforma (após a data da passagem à reforma já não há dedução à coleta para novas aplicações em PPR).
-
Além disso, o PPR entra no limite global das deduções (junto com saúde, educação, etc.), pelo que é importante verificar se ainda tem "margem" nesse teto.
Limites de dedução por idade (2025)
Em 2025, as regras que têm vindo a ser aplicadas mantêm-se:
Até aos 34 anos
Se o titular tiver até 34 anos (a 1 de janeiro), pode fazer entregas anuais até 2 000 € para beneficiar ao máximo. Neste caso, a dedução máxima em IRS é de 400 € (20% de 2 000 €).
-
Dos 35 aos 50 anos
Se o titular tiver entre 35 e 50 anos, o valor de entregas anuais para atingir o benefício máximo é de 1 750 €. A dedução máxima em IRS é de 350 € (20% de 1 750 €).
-
A partir dos 51 anos
A partir dos 51 anos, o montante anual de entregas considerado para o benefício máximo é de 1 500 €. A dedução máxima em IRS é de 300 € (20% de 1 500 €).
Se entregar menos do que estes valores, continua a beneficiar dos 20% de dedução sobre o que investe, apenas não atinge o limite máximo em cada escalão de idade.
Na prática: reembolso maior ou menos imposto a pagar
O efeito no seu IRS depende da sua situação:
-
Se costuma ter reembolso, a dedução do PPR pode aumentar o valor que recebe de volta;
-
Se costuma pagar IRS, a dedução pode reduzir o valor a pagar, ou até fazer com que deixe de pagar (se o benefício for suficiente).
Exemplo simples:
Se tiver 38 anos, reforçar o PPR em 1 000 € e ainda tiver margem no limite global de deduções, pode deduzir 200 € (20% de 1 000 €) no IRS.
Isso pode significar 200 € a menos de imposto a pagar ou 200 € a mais de reembolso, consoante o seu caso concreto.
Atenção: o PPR é para o longo prazo
O PPR é uma ferramenta fiscal interessante, mas não é apenas uma "forma de pagar menos IRS". Deve ser pensado como:
-
Uma poupança para a reforma ou
-
Uma reserva financeira para objetivos de longo prazo.
Se resgatar o PPR fora das condições previstas na lei (idade, reforma, desemprego de longa duração, etc.), pode ter de:
-
Devolver os benefícios fiscais que recebeu;
-
Pagar uma penalização de 10% por cada ano sobre esses benefícios.
Por isso, é importante garantir que o dinheiro que aplica no PPR não vai fazer falta a curto prazo.
5 passos para decidir até 31 de dezembro
Se quer aproveitar o benefício fiscal do PPR ainda este ano, pode seguir esta lista rápida:
1. Confirme a sua idade "fiscal" para o PPR - Veja que idade tinha a 1 de janeiro de 2025 – é essa idade que conta para os limites de dedução.
2. Veja quanto já investiu no PPR em 2025 - Some todos os reforços que fez este ano. Assim percebe quanto ainda pode aplicar para chegar ao benefício máximo (se fizer sentido).
3. Verifique se ainda tem margem no limite global das deduções - Se já tem muitas deduções (saúde, educação, etc.), pode acontecer que o benefício do PPR fique "bloqueado" pelo teto global.
4. Analise se o PPR faz sentido para si a nível financeiro
- Veja se:
- Consegue manter essa poupança a longo prazo;
- O tipo de PPR (mais defensivo, moderado ou dinâmico) está alinhado com o seu perfil de risco.
5. Fale com o seu contabilista ou consultor fiscal - Um
- olhar externo ajuda a:
Confirmar se o benefício fiscal é realmente aproveitado; Integrar o PPR no seu planeamento global de IRS e de poupança.
Resumo por idade: quanto investir e quanto deduzir
Aqui fica o quadro simples que pode usar como guia para decidir ainda antes de 31 de dezembro:
-
🟦 Até 34 anos
-
Entregas anuais indicativas: até 2 000 €
-
Dedução máxima: 400 €
-
-
🟦 Dos 35 aos 50 anos
-
Entregas anuais indicativas: até 1 750 €
-
Dedução máxima: 350 €
-
-
🟦 A partir dos 51 anos (até à reforma)
-
Entregas anuais indicativas: até 1 500 €
-
Dedução máxima: 300 € Portal das Finanças+2Novo Banco+2
-
Lembre-se: falamos sempre de 20% de dedução sobre o valor que aplica, até atingir estes limites.
Como o Atelier do Empresário o pode ajudar
No Atelier do Empresário trabalhamos diariamente com empreendedores, trabalhadores independentes e famílias que querem pagar apenas o imposto necessário e aproveitar ao máximo os benefícios legais, sem complicações.
-
Fazemos consigo o planeamento fiscal anual,
-
Analisamos se vale a pena reforçar o PPR e em que montante,
-
Explicamos o impacto no IRS em linguagem simples, com simulações adaptadas à sua realidade.
Se sente que anda todos os anos "às cegas" com o IRS, pode marcar uma sessão de consultoria fiscal e levar um plano claro para aproveitar melhor até 31 de dezembro – e entrar em 2026 com o IRS mais leve e a reforma mais protegida.
Informação geral, não dispensa a confirmação das regras em vigor nem o aconselhamento personalizado com a Autoridade Tributária ou com um profissional qualificado.
